thereza simões



rio de janeiro, RJ — 1941

sobre

Maria Thereza Simões Correa Jabor, artista plástica e designer gráfica, foi pioneira nas chamadas arte conceitual e arte de guerrilha dentro dos movimentos artísticos nacionais. Estudou pintura com Iberê Camargo (1914 – 1994) na Escola de Artes Visuais do Parque Lage entre 1964 e 1965, mas suas habilidades artísticas foram majoritariamente desenvolvidas de maneira autodidata a partir desse período.

Ao mesmo tempo em que se alimenta das motivações e dos formatos da Pop Art norte-americana e do ready-made do Dadaísmo, Thereza afasta-se de ambos os movimentos, repelindo qualquer ideia de “cultura pronta” – como declara ao jornal A Ideia, em 1968. A artista utiliza-se da chamada arte conceitual – na qual o objeto artístico perde seu status de intocável e único – como suporte para sua arte de guerrilha. Esse termo, cunhado pelo crítico Frederico Morais em 1969, faz referencia ao uso da arte como plataforma de denúncia dos crimes e abusos de poder cometidos pelo regime ditatorial instaurado no Brasil em 1964.

Dentro desse contexto, destacam-se as séries “Faixas da Memória”, de 1968; “Lápides Geográficas” e “Ignotos”, ambas de 1969; e “Objeto e Participação”, de 1970. Essas e outras séries trabalham com temas como a repressão exercida pela ditadura militar e o genocídio material e cultural dos povos indígenas, em curso contínuo desde a colonização. Em paralelo à produção artística, Thereza trabalha como designer gráfica, sendo responsável pela criação de cartazes de filmes do Cinema Novo como “O Anjo Nasceu” e “Matou a Família e foi ao Cinema”, ambos de 1969.

Ao longo das décadas de 1960 e 1970, a obra de Thereza Simões, por seu caráter explicitamente crítico, atrai os holofotes da censura. Uma obra da artista, que participaria da I Bienal de Artes Plásticas da Bahia, chega a ser confiscada pelos militares. Para resguardar-se da perseguição da ditadura, Thereza exila-se Nova Iorque entre 1971 e 1981, período no qual se afasta da arte conceitual e dedica-se, entre outras coisas, ao trabalho com neon e mármore. Desde meados da década de 1990, a artista permanece distanciada do circuito artístico nacional.

O resgate da sua obra, largamente desestimada pela história da arte no Brasil, faz ressonância com pautas sociopolíticas que seguem presentes no dia-a-dia do país e nas discussões da arte contemporânea.

Obras disponíveis

touros

Óleo sobre tela
61 x 50 cm
1965

Anterior
Anterior

grauben do monte lima

Próximo
Próximo

bernardo cid