agi straus
memórias de viena
óleo sobre tela
83 x 63 cm
1997
assinado canto inferior esquerdo
Essa obra tem um caráter ambivalente. De um lado, pertence ao conjunto de obras com temática botânica produzido pela artista entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000. Por outro lado, o título da obra grafado em verde-escuro no verso da tela remete à infância de Agi, que nasceu em Viena e emigrou com a família para o Brasil quando tinha 12 anos. No ano em que a obra foi pintada, Agi estava prestes a comemorar 60 anos vivendo no Brasil; tanto tempo em um país estrangeiro que, talvez, a própria memória de sua terra natal tivesse assumido a forma da flora brasileira que ela tanto amava.
Do ponto de vista estilístico, essa obra é um extraordinário exemplo da habilidade da artista em retratar uma natureza forte e ao mesmo tempo delicada, leve. As flores de diversas espécies e em diferentes etapas do ciclo de vida se entrelaçam sem se confundir, com seus caules altos e espessos. São as tais “flores gordas” descritas pelo curador Paulo Herkenhoff com expressão emprestada do crítico Mário Pedrosa - que descrevia a pintura de Manabu Mabe como “gorda” pela forma como a tinta era aplicada em grossas camadas.




